[CANTO DO CONTO] Há o amor é claro. E há a vida, sua inimiga


Boa tarde leitores!
A Coluna Canto do Conto de hoje, vem falando sobre um dos sentimentos mais sublimes, o amor.


Apreciem, pensem  e comentem...

Há o amor é claro. E há a vida, sua inimiga.  Jean Anouilh


Não sabia que era amor. Mas sabia que era amizade. Só poderia ser amizade. Sabiam que eram almas gêmeas.

Conhecem-se na época do segundo grau e a afinidade foi instantânea. Conforme iam estreitando a relação, acabaram descobrindo inúmeras afinidades, dentre as quais uma paixão incondicional por cinema. Trocam telefones e sentem enorme aflição por não se verem durante os fins de semana. Começam a se falar constantemente pelo telefone e intensificam os encontros.


Confidencias e segredos. Risadas e choros compartilhados. Confissões. Admiração mútua. Um tímido eu te amo é lançado. Coisa rara e bonita essa declaração de amizade. Após essa confissão, apesar da relação ter fortalecido, tiveram que se separar. Coisas da vida. Mudanças de colégio, bairro e cidade. Mas não havia temor ou insegurança por nenhuma das partes. Amizade como aquela era única e eterna. Almas gêmeas eram o que sempre diziam. Trocavam cartas, telefonemas e e-mails.

No inicio parecia que a saudade iria sufocar. Tanto que quando se telefonavam não havia nada a dizer de tanto a dizer. O silencio algumas vezes era longo, mas não ousavam desligar. O que restava era sentir a presença mútua através da respiração do outro lado da linha. E assim foi seguindo a vida. Conseguiram manter contato por um tempo, mas a cada dia a vida acontecia. Provas e trabalhos de um lado e novas pessoas e acontecimentos do outro. Aquela saudade imbatível e ansiedade sufocante foram dando lugar a lembranças. Boas lembranças. Mesmo distantes quando deitava a cabeça no travesseiro as boas recordações daquele tempo juvenil vinham a mente.

Cinco, dez, quinze anos se passam. Em um dia ordinário, de uma semana ordinária, correndo para pegar o metro que estava partindo vê seu passado. Não mudara nada. Parecia que o tempo havia paralisado para tal. Cumprimentos, beijos no rosto e abraços saudosos. Risinhos e silencio constrangedor. Mas passados cinco minutos toda aquela intimidade de quinze anos atrás retornara. Risadas, piadas e conversa fiada.  Um leve toque no braço ao rir provoca um choque. Uma tensão explode no ar. Nesse momento sabiam que era amor. Sempre fora amor. Mas só poderia ser amizade. Somente amizade.

Leia Mais em Mar de Letras, o blog da Vanessa Santos.



Lia Christo:
Carioca da gema, romântica incurável, leitora compulsiva, perseguidora de sonhos, e louca pela vida!

16 comentários:

  1. Que lindo! Adorei *-* Quase chorei aqui!

    invernode1996.blogspot.com.br

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    1. Muito bom mesmo né Monique?
      A vanessa escreve bem e vem se aperfeiçoando cada vez mais.
      Bjus

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  2. Nossa lindoooo! Emociona demais! Adorei!

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  3. Embora o tema seja Amor, eu costumo achar meio meloso. Não é o caso desse conto!! Gostei!!

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    1. Oi Raquel, obrigado pela visita e comentário.
      Volte mais vezes. bjus

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  4. Os contos sempre me surpreendem, este está muito interessante Lia. Parabéns a autora.

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  5. Lindo conto Lia! O amor é sublime, o amor é sentimento pra vida toda. O que seria de nós sem ele?
    Adorei mesmo.
    Bjos
    Ni

    P.S.: Tem resenha novinha lá no blog, passa lá!
    http://ciadoleitor.blogspot.com.br/2014/02/resenha-enfeiticadas-de-jessica.html

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    1. Oi Ni, quanto tempo flor!
      Obrigado pelo comentário.
      Eu também gostei muito do conto.
      Bjus

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  6. Belo conto! Parabéns!

    meupedepagina.blogspot.com

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    1. Oi Igor, que bom que gostou!
      Volte mais vezes. Obrigado.

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  7. Uau, o conto é lindo.

    Beijos
    http://fernandabizerra.blogspot.com.br/

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