[RESENHA] Os Meninos Que Enganavam Nazistas | Joseph Joffo


     Olá, eu sou Kênia Cândido do Blog Histórias Existem Para Serem Contadas e colaboradora do Blog Doces Letras.
Hoje eu que conversar com vocês sobre o livro Os Meninos Que Enganavam Nazistas, escrito pelo Joseph Joffo e publicado pela Editora Vestígio do Grupo Autêntica.



. Dados Sobre o Livro:

- Título original: Un sac de billes
- Autor: Joseph Joffo
- Editora: Vestígio
- 1ª Edição
- 288 Páginas
- Ano: 2017
- ISBN: 978-85-8286-410-4
- Tradução: Fernando Scheibe
- Sinopse: Paris, 1941. O país é ocupado pelo exército nazista, e o medo invade as casas e as ruas francesas. O poder de Hitler se mostra absoluto e brutal… É durante um dos períodos mais turbulentos da História que a emocionante narrativa de Joseph e Maurice se desenrola. Irmãos judeus de 10 e 12 anos de idade, perambulam sozinhos pelas estradas, vivendo experiências surpreendentes, tentando escapar da morte e em busca da zona livre para ganhar a liberdade. Essa é uma história real, autobiográfica, cuja espontaneidade, ternura e humor comprovam o triunfo da humanidade e da empatia nos momentos mais sombrios, quando o perigo está sempre à espreita… Os meninos que enganavam nazistas conta a fantástica e emocionante epopeia de duas crianças judias durante a ocupação, narrada por Joseph, o mais jovem.




Que Livro Emocionante!

     Os Meninos que Enganavam Nazistas é uma autobiografia tão surpreendente de apreciar  que mais parecia ser um bate papo comovente com o irmão mais novo dos irmãos Joff. Narrado pelo Joseph Joff, o livro conta a emocionante história de dois meninos, Joseph de 10 anos e Maurice de 12 anos, que pertenciam a uma família francesa judaica que sofreu perseguição dos nazistas.
    Joseph começa relatando a história no momento que ele e Maurice estavam na frente da loja de frios na  periferia de Paris em 1941, jogando bolinhas de gude enquanto retornavam da escola.  Após  chegarem em casa e fazerem os deveres de casa, Joseph e Maurice ficavam com o pai e os irmãos mais velhos Albert e Henri na barbearia.  
    Naquela época, na barbearia do pai de Joseph, já havia um aviso informando que era um estabelecimento judeu e várias leis de purificação racial já estavam sendo aplicadas com  muito rigor no país, assim como já tinha acontecido na Alemanha, Áustria, Tchecoslováquia e na Polônia.
    Após alguns meses,  a situação estava cada vez pior e Joseph sempre presenciava os pais cochichando pela casa. Os irmãos mais velhos Albert e Henri já tinham partido e o pai não abria a barbearia com freqüência por falta de clientes.

   Certa tarde,  quando Maurice e Joseph chegavam da rua, o pai deles durante uma conversa explica para os garotos que eles precisam ir embora de casa naquela noite. Que os nazistas estavam cada vez mais duros com os judeus e a melhor solução eram os garotos  fugirem sozinhos para encontrar Albert e Henri que estavam vivendo em  Menton na zona livre da França.
   Antes de partirem, Joseph e Maurice jantaram pela última vez com os pais  e quando o relógio começou soar sete horas da noite, os pais se despediram dos garotos com uma dor imemorial e muitas lágrimas nos olhos, enquanto os garotos  em meio à ruas desertas percebem que a infância deles havia acabado.

    A partir deste ponto, a história começa  mostrar toda a trajetória de Joseph e Maurice rodando a França inteira para chegar até os irmãos mais velhos. Desde o início nenhum momento foi fácil para eles. Além de estarem sozinhos, eles precisam enfrentar todo horror da guerra e permanecerem juntos.     
    É muito interessante conhecer as conseqüências da segunda guerra mundial aos olhos de uma criança. Na época, Joseph não tinha noção da gravidade da guerra, no entanto sabia que tinha alguma coisa muito grave acontecendo.
    Um bom exemplo disso, é  mostrado nas primeiras páginas do livro quando Joseph e Maurice ainda estavam no colégio. Joseph mencionou que fazia muito tempo que o professor o estava ignorando durante as aulas, mas ele ainda não tinha certeza disso. Então Joseph resolveu testar o professor, fazendo barulho durante a aula para ser interrogado ou até castigado, porém isso não aconteceu. 


    O professor simplesmente agiu como Joseph não existisse  dentro da sala de aula  e o garoto compreendeu que a escola havia acabado para ele. Quando Joseph encontrou com Maurice na porta da escola e viu o irmão machucado, sabia que estava acontecendo algo muito grave com eles, mas ainda não tinha aquela noção do perigo que estavam vivendo.    
    As mães eram obrigadas a costurar uma estrela amarela nas camisas  e nos casacos dos uniformes dos filhos para mostrar que eram Judeus e as crianças sofriam violências, constrangimento e eram ignoradas nas salas de aula pelos professores. Isso é narrado pelo Joseph de forma bem clara, não esquecendo de contar sobre o amigo Zérati.
    O garoto não era judeu, mas quando viu Joseph chegando ao colégio com uma estrela amarela no peito, não imaginava que aquele símbolo representava a estrela de Davi e que estava ali na blusa para humilhar os judeus. Zérati ficou com tanta vontade de ter a estrela que ofereceu ao Joseph, um saco de bolinhas de gude pela estrela.

    Porém o momento que os pais são obrigados a mandar os garotos embora de casa, é muito angustiante. Eu sou completamente apegada aos meus filhos e imaginar a situação e a dor dos pais de Joseph é muito forte. Porque é uma família honesta, batalhadora sendo separada por causa da guerra.
    A narrativa do Joseph é tão forte e ao mesmo tempo comovente que devorei o livro rapidamente. Cada página lida, eu queria saber mais sobre essa história real, desejava ter mais detalhes sobre os irmãos. Sabemos que tem muitas histórias deste período turbulento da segunda guerra mundial e todas elas sempre são completamente chocantes, pois os judeus sofreram brutalmente nas mãos de Hitler, contudo a história dos irmãos é verídica, maravilhosa e consegue arrepiar.

     Falar sobre a segunda guerra mundial juntamente com suas conseqüências e sobre pós-guerra é  um tema pesado, mas acho  extremamente necessário para mostrar a humanidade que este período realmente não pode ser esquecido para não ser repetido futuramente. Principalmente neste momento que estamos vivendo onde praticamente a intolerância está predominando fortemente. Por isso eu afirmo que vale a pena demais ler essa história.

    A diagramação está impecável nas folhas amareladas, não contém nenhuma ilustração e o livro está sendo publicado com a mesma imagem do cartaz do filme.
    Finalizo minha opinião recomendando demais essa história emocionante, dentro da segunda guerra mundial. Leiam gente!

 Livro  oferecido gentilmente pelo Grupo Autêntica.


“Estávamos nos separando, mas íamos nos reencontrar depois da guerra, que não duraria para sempre.” ( pág. 39 )

“Em meio à noite escura, nas ruas desertas, com o toque de recolher prestes a soar, desaparecemos nas trevas. Nossa infância tinha terminado.”
 ( pág. 41  )

“Vendo meus filhos dormirem, só posso desejar uma coisa: que eles nunca experimentem um tempo de sofrimento e de medo como eu experimentei durante aqueles anos.”
 ( pág. 260 ) 
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      Já conheciam o livro? Gostam desta temática? Leriam?
      Deixe sua opinião. Vou adorar ler seu comentário.


 

3 comentários:

  1. Oi, Kênia!
    Confesso que não sou muito de ler biografias e afins, mas fiquei com muita vontade de ler esse livro. Apesar de ser uma época negra da humanidade, eu gosto de obras relacionadas à Segunda Guerra Mundial.
    Beijos
    Balaio de Babados

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    Respostas
    1. Oi Lu.
      A Kênia gostou muito do livro. Espero que tenha a oportunidade de ler.
      Bjus

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  2. Olá Kênia,adorei a resenha, eu amo histórias relacionadas com o nazismo o meu preferido até agora é A menina que roubava livros,adorei essa história e já tinha lido a sinopse dele no Skoob me chamou muito atenção por ser uma história real,espero muito em breve lê-lo bjos 😘
    aleituramagica.wordpress.com

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