Olá, eu sou Kênia Cândido do Blog Histórias
Existem Para Serem Contadas e colaboradora do Blog Doces Letras.
Hoje eu trago a resenha do livro Nada Consta escrito por Danilo “Japa” Nuha e publicado pela Geração Editorial.
- Autor: Danilo “Japa” Nuha- Editora: Geração- 1ª Edição- Ano: 2016- 168 páginas- ISBN: 978-85-8130-371-0- Sinopse: “Este livro – romance, memórias, aventura mágica? – de Danilo “Japa” Nuha é um livro de ladrão, pulador de muros. É a história de um vendedor de livros e discos do Beco das Garrafas, em Copacabana, Rio de Janeiro, que começa a narrar sua vida a partir da infância, quando foi largado, ainda bebê, no boteco de um casal de japoneses em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e a partir daí não para mais. De jornaleiro e balconista de botequim no Mato Grosso do Sul a operário de fábrica e aspirante a bandido no Japão aos 16 anos; contrabandista em Bali; jornalista em Tokyo aos 25 e, finalmente, de volta ao Brasil, onde vive encontros surpreendentes junto a grandes artistas, como Milton Nascimento, João Donato, Paulo Moura, Roberto Carlos, Emílio Santiago, Criolo, Racionais MC´s, Hermeto Pascoal, Banksy e Almir Sater, entre outros. Ficção? Realidade? Só lendo para entender.”
Bom.
Sabe aquele livro
que desperta interesse pela capa por conter alguma informação que chama a
atenção? Foi dessa maneira que Nada Consta chegou às minhas mãos, pois na capa
informa que o livro traz a incrível história de um bebê abandonado na porta de
um boteco em Campo Grande que virou operário e vendedor de drogas no Japão.
Além disso, também tornou-se contrabandista em
Bali, transformou-se em jornalista e boêmio em Copacabana. Tudo indicava ser
uma biografia forte.
Com uma narrativa
crua e direta Danilo Nuha começa
contando a história quando chegou ao Rio de Janeiro em 2009, alugando um quarto
em um sobrado no morro Pavão-Pavãozinho e arrumando trabalho como vendedor de
livros e discos no Beco das Garrafas.
Esse foi o ponto de
partida para Danilo relatar vários acontecimentos da sua vida, a partir do
momento que foi deixado no balcão de um boteco na rua Sete de Setembro, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul e foi
adotado pelo casal de japoneses.
Na época, havia um cartório perto do bar e o
escrivão tinha costume de ir ao bar durante a tarde. O escrivão instruiu a Dona
Setsuco, mais conhecida como Dona Isabel, todos os procedimentos e ela
conseguiu registrar Danilo como filho legítimo do casal.
Danilo morou com a família até adolescência e foi por volta
dos dezesseis anos que viajou para Japão para trabalhar em Hiroshima como
operário em algumas empresas, mas mostrou para Danilo um lado obscuro do Japão.
Acabou se envolvendo com contrabando de mercadorias e tráfico de drogas.
Cansado da vida
conturbada onde tinha feito praticamente de tudo em solo japonês, retornou ao
Brasil, terminou a faculdade de comunicação e conseguiu uma vaga de trabalho no
jornal Brasil Shimbun. Em 2006, voltou para o Japão como jornalista
profissional com a carreira no auge como correspondente em Tokyo, conhecendo
várias artistas brasileiros.
Apesar de ser um
livro fino, com poucas páginas e rápido de ser lido por causa da narrativa
espontânea, Danilo consegue contar várias
histórias. Destacando o ponto mais alto com a melhor posição
profissional até o declínio, onde é denunciado e perdeu o visto de jornalista.
Confesso que gostei
do livro, principalmente nos trechos que Danilo está no auge da carreira de
jornalista entrevistando e conhecendo muita gente influente, porém infelizmente
as memórias contadas por Danilo não estão em ordem cronológica.
Elas são alternadas
em capítulos que mostram a fase adulta, no outro capítulo volta no tempo da infância
e logo em seguida Danilo está em outra fase da vida. Particularmente, eu
prefiro seguir a ordem cronológica, conhecendo as histórias e os motivos que
fez a pessoa escrever suas memórias com vários altos e baixos.
Outro detalhe que
achei um pouco artificial, foi Danilo com a família. A impressão que deixou em
alguns trechos foi de desapego com a família adotiva. Danilo poderia ter
explorado mais sua convivência com os pais, pois tem muitos leitores que assim como
eu, não tem nenhuma informação sobre
eles.
A capa é
maravilhosa, foi por causa dela que desejei demais ler o Nada Consta e conhecer
a história de Danilo. A diagramação está muito boa nas folhas brancas e contêm algumas
fotos pessoais de Danilo com os pais adotivos e festas onde a família
estava presente durante a infância.
Danilo mostra fotos
com alguns artistas como Milton Nascimento, Mano Brown e Marisa Monte. Também tem
algumas cópias de documentos como certidão de nascimento, contrato de trabalho,
Visto para não ser deportado e o último Atestado de Antecedentes Criminais com
o nada consta no nome de Danilo Gustavo Nuha.
Enfim, é uma leitura
para leitores que gostam de conhecer histórias que mostram a realidade do ser
humano que está disposto a superar os desafios da vida, mesmo que possa chocar
ou surpreender e tirar alguma experiência dela.
Livro fornecido gentilmente pela Geração Editorial.
“ Eu era nada mais que um jornalista desempregado que tinha se tornado vendedor de livros. Mas a merda de ontem nem se comprar à bosta de hoje.” ( pág. 16 )
“ - Agora, no seu caso, você é um idiota duas vezes! Pois além de ter sido0 preso, ainda fumou uma planta que era macho!Qualquer imbecil que não sabe nada de maconha vê aquelas fotos e já consegue perceber isso!” ( pág. 75 )
“E se eu não tivesse ido até o final e, de língua, beijado a lona? O tempo ensina: beijar a lona com grandeza é coisa para poucos. Com derrocadas tão intensas, só perdem aqueles que nelas não se inspiram.” ( pág. 165 )
. Sobre o autor:
Danilo Japa Nuha nasceu no Brasil em algum momento de
1981. E ainda hoje não se sabe onde. Desde então já foi jornaleiro, balconista
de bar, açougueiro, limpador de fossa, descarregador de caminhão, operário,
jornalista, muambeiro, traficante, professor de história, instrutor de
yôga, fiscal de concurso público, assessor de imprensa, operador de
teleprompter e produtor.
- Já leram Nada Consta?
- Então antes de ir embora, deixa seu comentário. Vamos adorar lê-lo.
- Bjos e até a próxima...
Oi Kênia,
ResponderExcluirNão sou nenhuma expert em biografia, mas acho que fica melhor mesmo quando os acontecimentos são cronológicos, de qualquer forma o protagonista parece ter uma história interessante. Adorei a resenha!
Bjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oi Mi.
ExcluirTambém não curto ler biografias, mas pela resenha da Kênia, a história me pareceu interessante.
Bjus
Ooi ainda não conhecia o livro, mas logo de inicio fiquei bem curiosa em relação a continuação do livro, adorei a resenha.
ResponderExcluirbeijinhos bom final de semana
bellapagina.blogspot.com.br
Oi Letícia.
ExcluirEspero que tenha a oportunidade de conferir.
Bjus