[RESENHA] Esperando Bojangles | Olivier Bourdeaut | Editora Autêntica



   Olá pessoal! Tudo bem?
   Hoje eu trago para vocês, a resenha do livro Esperando Bojangles, escrito pelo Olivier Bourdeaut e publicado pela Editora Autentica.


. Ficha Técnica:

. Título: Esperando Bojangles
. Título Original: En Attendant Bojangles
. Autor: Olivier Bourdeaut
. Editora: Autentica
. 1ª Edição
. Ano: 2017
. 128 Páginas
. ISBN: 978-85-513-0086-2
. tradução: Rosa Freire d’Aguiar
. Sinopse: Diante do olhar maravilhado do filho, o casal dança ao som de “Mr. Bojangles”, na voz de Nina Simone. O amor que os une é mágico, louco, vertiginoso, uma eterna festa. Em sua casa só há lugar para o prazer, a fantasia e os amigos. Quem dá o tom e comanda a dança é a mãe, qual um fogo-fátuo imprevisível e extravagante. E foi ela quem adotou o novo membro da família, Mademoiselle Supérflua, um pássaro grande e exótico que perambula pelo apartamento, bica os convidados e usa coleira de pérolas.É também a mãe quem a todo instante os arrasta para um turbilhão de poesia e sonho. Um dia, porém, ela vai longe demais. E pai e filho farão de tudo para que a festa continue.
Excêntricos e Felizes

    Com uma escrita aparentemente simples e ao mesmo tempo charmosa, Olivier Bourdeaut apresenta uma família francesa onde os pais tinham comportamentos excêntricos e nada convencional. A história é narrada pelo filho do casal, que conta como os pais viviam uma vida tranquila e completamente feliz.

     Seu pai Georges adquiriu uma pequena fortuna abrindo oficinas mecânicas e vendendo-as para um concorrente, assim ele poderia passar mais tempo com o filho e a esposa, que amava a presença do marido em casa.
    O garoto não entendia direito o por quê, mas o pai nunca chamava a mãe pelo mesmo nome mais de dois dias seguidos, a mãe do garoto adorava esse hábito do marido e sempre na parte da manhã aguardava o veredicto com o novo nome cotidiano.

    No enorme apartamento que eles moravam ou no castelo que eles compraram ao lado do lago na região do Sul da Espanha, a família vivia em plena festa e completamente feliz, recebendo amigos, convidados importantes e sem rotina familiar.
    A mãe que tinha um comportamento extravagante, sempre brigava  com os horários para permanecer na eterna festa e convidava uma multidão de gente para comer a qualquer hora do dia. O pai era um ótimo contador de histórias, adorava escrever suas histórias nos cadernos e fazia musculação ouvindo jazz, bebendo gim tônica aos domingos à tarde e dizia que era para livrar-se de todos os excessos da semana.

    Como mascote da família, a mãe do garoto havia adotado um pássaro exótico e bem elegante que eles chamavam de Mademoiselle Supérflua, para ser membro da família. A ave adorava caminhar entre os convidados durante as festas e usava uma coleira de pérola.
    Tudo isso era normal para o garoto que também conquistou alguns hábitos estranhos. A situação não era bem vista pela professora da escola. Ela alegava que o garoto estava sendo prejudicado. Assim, os pais resolveram tirar o filho da escola para instruí-lo da maneira deles e deste modo, eles podiam continuar  aproveitando cada momento de suas vidas.

    Certo dia, um homem chegou ao apartamento da família, alegando ser inspetor dos impostos e do fisco, explicou para Georges que havia uma dívida enorme para ele pagar e a única saída era vender o apartamento deles para tentar cobrir a dívida.
     Eu adorei a história deste casal. Eles eram excêntricos, felizes e únicos.  Desde o início da história dá para perceber que o comportamento deles não era normal. Eles queriam viver os momentos sem nenhuma coerência, sem pensar nas consequências do amanhã e melhor de tudo, não tinha remorso de nada.

    As correspondências não eram abertas e jogadas em um canto da sala, o filho não frequentava escola, pois o ano letivo estava atrapalhando as viagens ao castelo e as festas no apartamento. A casa era em ritmo de festa e muita bebida a qualquer hora do dia ao som da música Mr. Bojangles, canção preferida do casal. Essa música de Nina Simone que também  dá título ao livro. 

    Olivier Bourdeaut abordou a insanidade de forma delicada e bem humorada, por causa da narrativa do garoto. Mas também contém alguns trechos com narrativa de Georges, quando ele escrevia nos cadernos. O marido mostrou como conheceu a esposa, como adotaram Mademoiselle Supérflua e a promessa que fez para a esposa de acompanhá-la por todos os lugares e por toda a vida.
 
   A loucura da esposa acabou provocando uma situação inesperada  para Georges e o filho. Eles foram obrigados a levá-la numa clínica psiquiátrica para encontrar uma solução para os problemas, no entanto ficaram um pouco abalados quando o médico da clínica explicou que ela precisava ficar internada para protegê-la contra ela mesma. 

    Contudo, Georges encontrou uma solução para continuar cumprindo a promessa que fez a esposa e com a ajuda do garoto, os três embarcaram em uma aventura bem louca. Enquanto a mãe permaneceu na clínica, o filho teve a chance de entender melhor a doença mental da mãe. Conheceu outros pacientes quando caminhava pela clinica e conheceu varias histórias bem engraçadas.

     Enfim, a história é uma delicia de acompanhar, os personagens são maravilhosos e o livro merece todo o sucesso que está conquistando na França. Particularmente conquistou meu coração.

    Sobre a parte técnica do livro: A diagramação impecável está nas folhas amareladas do papel off-White. Não contém ilustração e a capa maravilhosa combina perfeitamente com o casal da história.

    Recomendo para todos os leitores, pois a doença mental é explorada de maneira inteligente e vale demais conhecer as loucuras da família para viver completamente feliz. Leiam e divirtam-se com essa linda história.  

Livro oferecido gentilmente pela Editora Autêntica.
“Meus pais dançavam o tempo todo, em qualquer lugar.
 Com os amigos à noite, ou só os dois de manhã e de tarde. 
Às vezes eu dançava com eles.” 
 ( pág. 13 )
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   Sobre o autor:
   Nasceu à beira do Oceano Atlântico, em 1980. O Ministério da Educação Nacional francês, recusando-se a entender o que ele queria aprender, muito cedo lhe concedeu sua liberdade. Desde então, e graças à ausência de televisão em casa, ele conseguiu ler muito e sonhar imensamente. Por dez anos trabalhou no mercado imobiliário, indo de fiascos em fracassos, com entusiasmo constante. Depois, durante dois anos, foi responsável por uma agência de especialistas em chumbo, responsável por uma assistente mais diplomada que ele e responsável por caçadores de traças, mas os insetos acabaram corroendo sua responsabilidade. Também foi abridor de torneiras num hospital, faz-tudo numa editora de livros escolares – o cúmulo! – e apanhador de flor de sal de Guérande, no Croisic, entre outras coisas. Sempre quis escrever, e Esperando Bojangles é a primeira manifestação desse desejo.
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   Até a próxima.

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