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[CANTO DO CONTO] - Uma Questão de Escolha
Bom dia amores!
Hoje mais um conto da querida Vanessa Santos.
Toma
um gole de café requentado e parte para o trabalho. Sai de casa às quatro e
quarenta da manhã e ainda assim já esta atrasada. Uma estradinha de terra, um
trem e dois ônibus estavam a sua espera. Assim como todos os outros dias, essa
quarta feira seria longa e cansativa. Mora em Queimados e trabalha como
cozinheira em Copacabana.
[CANTO DO CONTO] De Geração em Geração
Bom dia leitores!
Mais um conto de Vanessa Santos chegando no Doces Letras.
Espero que apreciem e que deixem seus comentários.
DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO
“Na mitologia Greco romana, Saturno ou Cronos- o deus do tempo- era representado como um gigante devorador dos próprios filhos. O monstro engole todos os homens. É preciso que olhemos para ele como um mestre mais idoso e mais severo, mas também com um componente de sabedoria e ponderação.” (Canteiros de Saturno).
[CANTO DO CONTO] Há o amor é claro. E há a vida, sua inimiga
Boa tarde leitores!
A Coluna Canto do Conto de hoje, vem falando sobre um dos sentimentos mais sublimes, o amor.
Apreciem, pensem e comentem...
Há o amor é claro. E há a vida, sua inimiga. Jean Anouilh
Não sabia que era amor. Mas sabia que era amizade. Só poderia ser amizade. Sabiam que eram almas gêmeas.
Conhecem-se na época do segundo grau e a afinidade foi instantânea. Conforme iam estreitando a relação, acabaram descobrindo inúmeras afinidades, dentre as quais uma paixão incondicional por cinema. Trocam telefones e sentem enorme aflição por não se verem durante os fins de semana. Começam a se falar constantemente pelo telefone e intensificam os encontros.
[COLUNA CANTO DO CONTO] Café e Cigarros.
Boa noite leitores!
Depois de alguns meses fora do ar, está de volta nossa Coluna Canto do Conto.
Por motivos de força maior nossa colunista teve que se afastar do blog por um tempo, e fiquei muito contente quando ela deu o sinal verde para a sua volta.
Apreciem o seu texto, sem moderação.
Sobre cafés e cigarros
Senta ao seu lado. Toma o café da manhã silenciosamente. Um gole de café seguido de uma boa tragada. Pousa o cigarro no cinzeiro. Olha para a tv apenas para repousar seus olhos pois os pensamentos estão perdidos em sua mente divagante. Ela, indiferente, senta na poltrona ao lado. Toma um gole de café com leite frio seguido de um pão dormido. Olha para a tv apenas para repousar seus olhos pois sua mente esta longe e cheia de lembranças. Na vitrola toca Old Habits died hard. Olham-se de rabo de olho. Dão um leve sorriso. Sorrisos denunciadores da idade. Seus olhos enrugados novamente repousam na TV.
...
Chegava por volta das nove da manhã. A essa hora ela já havia posto a mesa para cearem juntos. Senta ao seu lado. Tomam o café animadamente. Ele empolgado fala sobre seus novos projetos. Ela, poeta publicada, sobre novas propostas de editoras. Cigarros e conversas são trocados e o café fresco é tomado. Na vitrola toca Old Habits died hard. Ela o puxa para dançar. Caem no colchão recém-comprado. Sexo e poesia são feitos simultaneamente se é que isso é possível. Dão uma deliciosa gargalhada. Gargalhada denunciadora da felicidade. Seus corpos e olhos repousam um no outro.
...
São seis horas da tarde de um domingo. Os dois aceitam fazer parte na vida um do outro de forma integral e eterna. O discurso e juramento amoroso são testemunhados em uma pequena cerimônia, por amigos, família e pelo padre. Na festa de casamento toca Old Habits died hard. Os dois dançam como se estivessem a sós. Dão um leve sorriso. Suas almas arranjam um repouso eterno.
...
Ela toma um conhaque em uma mesa e ele uma cerveja com os amigos. Observam-se de longe por um longo tempo. Nervoso, ele apalpa o bolso da sua calça à procura de cigarro. Nessa procura não vê se aproximar a mulher do flerte.
- Aceita um cigarro?
Ele olha para ela e sorri. Ela sorri. Old habits died hard é tocada pelo DJ. Dançam e combinam um Café para mais tarde. Naquele momento, naquele bar, seus espíritos repousam um no outro. E não desejam outro lugar ou outro alguém para habitar.
Tem coisas que são belas demais até para o mais comum dos homens. Ás vezes, podemos torna-la bela e leve. Demais.
Espero que tenham gostado.
Bjus
COLUNA - CANTO DO CONTO #05
Olá leitores,
já faz um tempinho que não postávamos esta coluna,
O motivo da demora, é que a Coluna Canto do Conto passou a ser mensal, e não mais quinzenal como era no início.
Os textos desta coluna são de autoria da querida Vanessa Santos do blog Mar de Letras.
Vamos conferir o conto de hoje.
Missa de Domingo
Foram dez minutos apenas. Dez minutos de seu prédio até o ponto de ônibus.
O adeus que não deu. O fim que ainda se recusa a aceitar. E agora ele se foi. Não vai voltar, pensou. De sua casa ao ponto de ônibus dez minutos. Do ponto de ônibus ao seu destino para nunca mais. Poderia ter chantageado mais. Poderia ter expressado seu "pressentimento ruim de que algo iria acontecer".
Não queria acreditar. Mas no fundo ela sabia. No fundo os dois sabiam. No dia anterior conversaram como se fosse a última vez. Deram risadas como se fosse a última vez. Ouviram-se como se fosse a última vez. Assistiram a um filme como se fosse a última vez. Até promessa de ir a igreja no domingo fez. "De manhã cedinho! Me espera na porta da igreja!"E sua mãe esperou como se fosse... esperou pela última vez. De sua casa ao ponto de ônibus dez minutos. Da estação ao seu destino para nunca mais.
Mais um ótimo Conto, da colunista Vanessa Santos.
Espero que tenham gostado e que deixem aqui seus comentários!
Bjus
COLUNA - CANTO DO CONTO #04
Bom dia leitores!
Vamos conferir o texto de hoje da coluna Canto do Conto!
Os textos desta coluna são de autoria da querida Vanessa Santos do blog Mar de Letras.
Leiam e comentem! Vamos adorar saber a opinião de vocês.
O Grito
Todo dia ela faz tudo sempre igual: Abre os olhos, mas não desperta para a vida. Seus olhos cheios de remela também estão cheios de lágrimas acumuladas. Cortinas e janelas são abertas. O brilho do sol entra no seu quarto. Com as janelas abertas consegue sentir o cheiro da grama ainda molhada pela chuva da madrugada. Observa o brilho solar iluminando o quarto e sente na pele o seu quente toque enquanto observa a movimentação de pessoas na sua casa. Seu corpo sente, mas sua alma não. Sente mas não vive. Sente mas não vibra.
Vira daqui, vira dali. Luvas colocadas. Trocar a agua do banho após a lavagem da cabeça. Lavar com uma esponja o pescoço, pés e braços. Vira daqui, vira dali. Tudo feito com muito cuidado. Não é fácil. Havia engordado 13 quilos desde então. Banho havia se tornado sinônimo de culpa, somente pelo trabalho que fornecia. Quando o relógio bate meio dia em ponto é hora de almoço. 60 gotas por minuto. Lavar as mãos com água e sabão. Secar com papel toalha. Arroz, carne e legumes são cozidos, batidos no liquidificador e postos em um frasco. Uma mangueira é colocada na sonda. 60 gotas por minuto. O almoço era seguido de descanso. Após a cesta de uma hora, fisioterapia e psicólogo. Assim seguia seus dias. Pontual e rotineiro. Rotina interrompida somente pelos seus sussurros por socorro.
“Por favor, me ajude!”,sussurrava para a psicologa, família, enfermeiros. Suplicava todos os dias. Até atingir o coração daquele ou daquela que tinha ouvidos não somente para escutar, mas também para ouvir. Até atingir alguém...
Todo dia ela faz tudo sempre igual: Abre os olhos para o mundo e também para a vida. Seus olhos cheios de remela também estão cheios de expectativa. Cortinas e janelas são abertas. O brilho do sol entra no seu quarto agora vazio. Esta no calçadão fazendo sua corrida matinal. Chega em casa com pingos de suor pelo corpo, tira o tênis de corrida e toca a grama molhada. Levanta a cabeça e abre os braços como se quisesse abraçar o mundo ao seu redor. Agradecia a Deus pela sua existência. Agradecia a Deus por ter atingido alguém com seu incessante pedido. Agradecia a Deus por não mais sentir dor. Sente na pele o quente toque solar enquanto observa a movimentação de pessoas na rua. Seu corpo sente, assim como sua alma e espírito. Sente e vive. Sente e vibra. Poderia ficar ali para sempre...
Seu gozo é interrompido com o ruído de janelas sendo abertas. Abre os olhos. Como é o único órgão que consegue mover, eles movimentam-se freneticamente. Tenta desesperada e loucamente falar através deles.Tudo era tão real! Tão tangível! Queria ser livre novamente!”Oh Deus, liberta-me! Permita-me voltar!”
“NÃOOOOOOOOO! MATEM-ME, POR FAVOR! QUERO MORRER! “Já não sussurrava. Já não era um pedido contido. Mas sim um grito. Um grito seco. Único. Agudo. Um grito de morte.
Já são nove da manhã e todos os dias ela faz tudo sempre igual: Abre os olhos, mas não desperta para a vida. Seus olhos cheios de remela também estão cheios de lágrimas acumuladas. Cortinas e janelas são abertas. O brilho do sol entra no seu quarto. De seu aposento sente o cheiro da grama ainda molhada pela chuva da madrugada, observa o brilho solar iluminando o quarto e sente na pele o seu quente toque enquanto observa a movimentação de pessoas na sua casa. Seu corpo sente, mas sua alma não. Sente mas não vive. Sente mas não vibra.
Para conhecer um pouco mais da Vanessa, ou para ler outros contos, acesse o blog Mar de Letras!
Mais um ótimo Conto, da colunista Vanessa Santos.
Espero que tenham gostado e que deixem aqui seus comentários!
Bjus
COLUNA - Canto do Conto #03
Boa noite leitores!
Vamos conferir o texto de hoje da coluna Canto do Conto!
Os textos desta coluna são de autoria da querida Vanessa Santos do blog Mar de Letras.
Leiam e comentem! Vamos adorar saber a opinião de vocês.
Vamos conferir o texto de hoje da coluna Canto do Conto!
Os textos desta coluna são de autoria da querida Vanessa Santos do blog Mar de Letras.
Leiam e comentem! Vamos adorar saber a opinião de vocês.
Pathos, é uma palavra grega que
significa paixão, excesso, catástrofe, passagem, passividade, sofrimento e
assujeitamento.
O conceito filosófico foi cunhado por Descartes para designar
tudo o que se faz. ou acontece de novo é geralmente chamado (pelos filósofos) de
pathos.
E se o conceito está ligado a padecer, pois o que é passivo de um
acontecimento padece deste mesmo. Portanto, não existe pathos senão na
mobilidade, na imperfeição.
Podia ouvir passos
ecoando sob o assoalho de madeira antigo.
Seus passos rápidos à sua procura se tornavam constantes, audíveis e
cada vez mais próximos. Primeiro distante ao longo do corredor de casa. Depois
mais próximo: pela sala, cozinha, o quarto. Tanto um quanto o outro exalavam
ansiedade. Paixão. Sexo. Ansiava por ele. Pelo seu corpo. Pela sua presença.
A porta é escancarada. Verso e reverso. Reverso e inverso. Corpos imersos um no outro.
Beliscões. Tapas. Gemidos. Brincadeiras. Risadas. Gemidos.
Gozo. Pathos.
O porém. Um
descontrole momentâneo. Um lapso. Arrependimentos. Promessas que nunca seriam cumpridas. Com o
passar do tempo o prazer é substituído pela dor e o sadismo noturno se tornara
habito diurno e diário. Toda noite ouvia aqueles passos incessantes e fortes
pelo assoalho de madeira do corredor. O som da madeira velha sendo pisada se
misturava ritmicamente com o alto som das aceleradas batidas de seu coração. A
ansiedade pela sua chegada não se definia mais em desejo, mas sim em angústia e
medo.
Tapas. Empurrões.
Agressões físicas e verbais. Perversões. Hematomas irreversíveis pelo corpo e
espinhos na alma. Não havia mais prazer, atração, deleite e muito menos
respeito. Sai de casa. Arrisca pelos tramites legais: denúncia, exames,
delegacia. Esbarra na burocracia. O que lhe resta é sumir com a roupa do corpo,
algum dinheiro e sua vida.
Assim como a vida
terrena pode ser uma antessala para o céu ou o inferno (seja ele físico ou
mental), o sofrimento inerente a ela também é. Sua escolha foi o céu. Reuniu
todas as forças e lutou para escapar.
Mudara de casa, bairro, cidade e vida. O que permaneceu apenas foi o assoalho
de madeira na casa nova. Não por escolha própria mas por um deboche do destino.
Ainda não estava
segura e muito menos feliz. Estava no caminho para tal. Analises, calmantes e até em missas aos
domingos estava presente. Mas à noite seu sono era sempre interrompido pelos
passos ecoando em seus ouvidos...
Passos são ouvidos pelo corredor da nova casa. Se tornam
cada vez mais audíveis e próximos. Adrenalina. Acende todas as luzes e não vê
ninguém. Seu coração acelera e bate forte. Os passos continuam. Adrenalina e
ansiedade. Tudo é acelerado. Exagerado. Suor frio. Medo. Medo... Estremece.
Ainda assim consegue se mover. Vinham do corredor que dava para o
banheiro. Conforme se move, seu coração
trabalha em demasia e em compasso com os passos agora cada vez mais altos. Mais
próxima do cômodo ouve o som mais distintamente. Tenta se controlar, respirar fundo. Chega ao
cômodo tremendo e acende a luz. Nada vê. Nada ouve mais. Seu passado vem à
tona. O barulho retorna e é
ensurdecedor. Confusa, abaixa a cabeça e deixa a água da bica da pia cair. Toma
alguns calmantes. Os sons dos passos e de seu coração diminuem gradativamente.
Gradativamente... Levanta a cabeça e abre os olhos.
- Eu escolhi o céu!
E nesse breu percebe uma imagem demoníaca de seu ex companheiro entranhando nela pouco a pouco. E o som
novamente. O som de seus próprios passos. Pathos. Inferno na terra. Ad
Aeternum...
Por hoje é só!
Espero que tenham gostado e que deixem aqui seus comentários!
Bjus
COLUNA - Canto do Conto #02
Boa noite meus lindos!
Trazendo para vocês mais um texto da nossa Coluna - Canto do Conto!
Os textos são de autoria de Vanessa Santos. Ela é a autora do blog Mar de Letras.
Espero que gostem...
Trazendo para vocês mais um texto da nossa Coluna - Canto do Conto!
Os textos são de autoria de Vanessa Santos. Ela é a autora do blog Mar de Letras.
Espero que gostem...
Realidade
Ficcional
Quando
crianças, somos programados a andar com muletas. Se tínhamos dor de cabeça,
logo nossa mãe aparecia com a temida novalgina. Se caíssemos de bicicleta lá
estava o nosso pai nos acudindo imediatamente com o merthiolate. E claro, se um
mero soluço nos atacasse, rapidamente vinha nossa avó com
suas simpatias pra nos aliviarmos desse incomodo. Tudo para evitar sentir o
mal. Mas e quando a dor não é física? E quando for mental? E quando for direcionada a nossa alma? Qual o
paliativo? Qual a droga? Muitos, tem como escape o cigarro, outros a bebida
alcóolica e alguns utilizam drogas ilícitas como método de superação de uma
realidade fracassada ou simplesmente
realidade.
Tendo
isso em mente peço gentilmente que não julgue o personagem.
Passa
produto por produto na esteira. -Bom dia, bom dia. A compra deu R$154,90. Tem
nota menor? Não? Aqui esta o troco. Não, não sei o preço do produto, mas vou
verificar. Vou chamar o gerente. Não se
esqueça da notinha senhor!
Entre
um cliente e outro, conversas com outras funcionárias são trocadas. Coisas
rotineiras sobre a tragédia que é o transporte público e a miséria do salário
no final do mês. Mais conversas, olhar ansioso para o ponteiro das horas,
passar produtos na esteira e pesar os alimentos. -Não se esqueça da notinha
senhora! Assim segue maquinalmente até a hora do almoço. Come sem sentir o
gosto da comida, liga para a mãe e depois para o namorado. Tira um cochilo de
dez minutos.
O
horário à tarde passa mais ligeiro. Logo é seis horas. Parte do trabalho para o
cursinho de inglês.- Hi! I am a girl. You are a boy. Verbo to be, dinâmicas e
exercicios feitos. Nove horas. Chega em casa. Dá um beijo na mãe e nas irmãs
mais novas. Fala com a avó na cadeira de rodas e deixa uma boa quantia em
dinheiro para ajudar o seu pai a pagar algumas contas. Janta com a família,
trava os mesmos assuntos e logo se despede para dormir. Quando vê a cama, não
deita, se joga.
Analice,
22. Trabalha como caixa de mercado, oriunda de família classe média, possui
três irmãs e um bom namorado.
Há
coisas que são tão bestas que chegam a ser pesadas demais. A vida se torna um
fardo pesado demais.
...
Pequenas
baratas rastejam pelo chão. Seringas e preservativos encontram-se jogados por
todo o canto. A única luz do banheiro parece vacilar no ritmo da batida da
boate. O cheiro de sexo exala pelo ar. Nas paredes há desenhos pornográficos e
anúncios. E mais um era acrescentado:” Meu nome é Analice e quero você. Meu
telefone é: xxxxxx. Enquanto escreve a porta dos fundos lentamente se abre. Um
homem entra. Os dois desconhecidos se encaram, se tocam, se enlaçam e se
entranham. Logo Analice não pensa mais na sua vida, na sua realidade. Nesse
momento ela não é filha,neta,irmã,namorada ou caixa de mercado.
Nesse momento
não tem responsabilidades ou preocupações. È apenas uma mulher. Em questão de
minutos sensações alienantes apagam sua
mente,proporcionando uma incontornável impressão de escape deste mundo com traços de ficção. A verdade e o prazer do
sexo a permite fugir da existencia ámorfica na qual é obrigada a viver. Sua
mente se torna suave e seu corpo leve.
Assim
seguia sua noite. Duas, tres,quatro. As seis da manhã, Analice volta para sua
vida. Chega em casa,toma banho, tira um cochilo e põe seu uniforme. Dá um beijo
na sua mãe e fala com sua avó na cadeira de rodas. Deixa determinada quantia de
dinheiro para seu pai.
Passa
produto por produto na esteira. Bom dia,bom dia. A compra deu R$12,35. Aqui o
troco. Não se esqueça da notinha senhor...
Era
só mais uma realidade em meio a tantas outras. Somente uma história no meio de
tantas outras. Aquela vida noturna, somente ficção. Uma necessária ficção. Porque
às vezes a vida é besta e pesada. Demais.
Bjus
Bjus
COLUNA - Canto do Conto - #01
Boa noite leitores, trazendo pra vocês o primeiro texto da nossa nova coluna.
A Vanessa Santos é do blog Mar de Letras.
Espero que gostem e que comentem... Bjus
Vida no
Intervalo entre Músicas
Passos
pesados e apressados pelas ruas de seu bairro. Pisava em cheio em cimas das
poças dágua. Olhava para os lados desconfiada. Cachorros uivavam na noite
chuvosa sem lua cheia. Sem guarda chuva em mãos, acelerava ainda mais
para fugir dos parcos e gelados pingos de água que teimavam em cair sob suas
costas nuas. Sua mente e corpo cansados ansiavam por uma ducha quente e sua
cama macia. Só desejava dormir para outro dia de trabalho e estudo.
Ouvia
música no último volume. Na FM tocava o sucesso do momento mas também não era
assimilado. Somente o barulho. Sua cabeça só focava o fato de que em uma
música e meia estaria em casa. Tomaria banho, veria alguma bobagem na tv e
enfrentaria os trocentos trabalhos da faculdade.
Fim de
música. Chega finalmente ao seu prédio. Pega a chave na mochila rapidamente. Dá
meia volta na fechadura. No intervalo das músicas ouve um retumbante “VAI
MORRER VADIA!”
Ao ouvir
tais palavras, um arrepio perpassa por seu corpo. Sim, agora ela percebe que os
clichês são reais. Tão reais que sua vida passa diante de seus olhos. As
primeiras amizades valiosas, as primeiras gargalhadas, a primeira viagem em
família,a primeira viagem com os amigos. O primeiro nascer do sol visto. O
primeiro dez e o primeiro zero na escola. A primeira vez que passou no
vestibular. A primeira vez que disse "eu te amo" e não ouviu de
volta. A primeira decepção amorosa. O primeiro beijo, o primeiro namorado e a
primeira transa. O primeiro orgasmo. O primeiro cigarro. A primeira ressaca.
Tudo é revivido.Intensamente revivido.
Tudo é revivido.Intensamente revivido.
Vinte e
cinco anos duraram cinco segundos. Rapidamente Kátia é rodeada por
vizinhos, mãe e pai. Quase não da pra reconhecê-la com a poça de sangue à sua
volta. Sente as mãos de seu pai sobre a sua transmitindo segurança, esperança e
conforto. Vê sua mãe desesperada ligando para a ambulância sem tirar os olhos
dos seus. Talvez por medo de fechar sem promessa de abrir novamente.
Ela os
fecha para sua última reflexão. Não sobre o que não se tornará. Não sobre os
planos frustrados pela morte inesperada. E muito menos sobre o medo do
desconhecido. Nesse momento percebe que os clichês não se concretizaram. Seus
pensamentos são sobre a última ressaca. A última tragada. O último orgasmo. A
última transa. O último namorado. O último beijo. A última decepção amorosa. A
última vez que disse eu te amo. O último dez. O último zero. A última viagem
com a família. A última viagem com os amigos. A última gargalhada. A última
amizade valorosa. O último sorriso.
Assim
como Machado de Assis em seus últimos momentos pensa consigo: " A
vida é boa".
E lá se
foi seu último suspiro.
Nova Colunista - Vanessa Santos
Bom dia!
Aos meus leitores antenados e sempre atrás de novidades...
É com grande alegria, que venho apresentar a vocês a nova colunista do Doces Letras!
Ela irá fazer parte aqui do blog, com uma coluna quinzenal, intitulada Canto do Conto, onde postará seus contos, poemas, poesias, e crônicas...
Espero que gostem e que a recebam com carinho...
Bora conhecer um pouco da Vanessa?
Meu nome é Vanessa, tenho 27 anos e curso inglês-literatura.
Estudante de Letras por opção. (Por incrível que pareça!!)
Amiga das Artes, sendo amante incondicional de Literatura e Cinema.
Mantenho minha religiosidade sem perder minha racionalidade.
Aversa a discussões agressivas e sem fundamento, mas sempre pronta para um debate interessante em prol do aprendizado.
Uma pessoa comum que está entre a filosofia e a ficção por sua escolha própria.
Abaixo um texto:
A Sociedade do Vazio
Do alto da janela de seu apartamento no centro da cidade, Eduardo contempla a madrugada.
Olha para baixo e vê uma pequena multidão. Uma pequena aglomeração de individuos ocupados consigo mesmos:Em seus celulares, bebendo no bar, jovens tirando fotos de um momento que será esquecido na ressaca seguinte e até mesmo alguém perdido em seus próprios pensamentos.
Tudo isso para preencher um vazio. Preencher o vazio com o vazio. E para Eduardo não é diferente. Preenchia o seu vazio com o vazio dos outros...
Muito obrigada Vanessa por ter aceito meu convite.
Seja bem vinda ao Doces Letras!
Bjus
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