[RESENHA] Deserto de Ossos - Chris Bohjalian - Companhia Editora Nacional


Bom dia leitores!

Nova resenha chegando para vocês!
Hoje no blog um livro que me fez conhecer os horrores que uma guerra sem sentido pode fazer em muitas vidas.


DESERTO DE OSSOS
Inspirado em um dos maiores genocídios da história!

Ficha Técnica:
Autores: Chris Bohjalian
ISBN: 9788504019179
Código: LN01917
Formato: 17 x 24
Páginas: 344
Edição: 1
Ano de edição: 2015
Acabamento: brochura
Catálogo: Literatura Ficção adulta
Preço: R$ 39,90

Sinopse:
Em 1915, o massacre de milhares de armênios perpetrado pelos turcos tingiu para sempre as areias do deserto sírio com o sangue e os ossos de uma civilização inteira. Em meio a esse cenário desolador, Armen Petrosian, um jovem engenheiro armênio que perdeu a esposa e a filha, e Elizabeth Endicott, uma rica jovem americana, se apaixonam. Mas antes de assumir o que sentem, eles se separam quando Armen se alista no exército britânico e Elizabeth vai trabalhar como voluntária. Ambos testemunharão atrocidades que os marcarão para sempre antes que possam se reencontrar. Quase um século depois, às vésperas do centenário do genocídio, a neta do casal, Laura, embarca em uma jornada pela história de sua família, descobrindo uma história de amor, perda e um delicado segredo que ficou soterrado por gerações.

Confira o Book Trailer Original


CHRIS BOHJALIAN
Chris Bohjalian é o autor de 17 livros, incluindo dez best-sellers do New York Times. Sua obra foi traduzida em cerca de 30 línguas e três delas se tornaram filmes.
O rascunho de seu romance mais recente, será publicado em maio deste ano.

Seus livros foram escolhidos como os melhores livros do ano pelo Washington Post, o St. Louis Post-Dispatch, o Hartford Courant, o Milwaukee Journal-Sentinel, Publishers Weekly, Library Journal.

Ele tem escrito para uma ampla variedade de revistas e jornais, incluindo o Washington Post, Cosmopolitan, Readers Digest, e a Revista Boston Globe. Ele tem sido um colunista semanal em Vermont para o Burlington Free Press desde Fevereiro de 1992.


Em seu livro Deserto de Ossos, Bohjalian nos leva a um passado sombrio, triste e perigoso ocorrido na Síria no ano de 1915.
Ao nos contar esta história, podemos sentir os legados que de certa maneira assombram sua herança armênia, tornando este um romance mais pessoal e real.

A história do livro, já foi bem explicada em sua sinopse, sendo assim não me aterei muito nisto. Darei uma breve pincelada.

O autor nos fará ir do presente(ano de 2012) ao passado(1915) e vice versa, várias vezes durante a sua narrativa. As histórias se complementam e os personagens fazem parte de um intrincado novelo de acontecimentos que vão do passado até o presente, guardando com eles segredos delicados.

Laura que é neta de um armênio(Armen) e uma americana(Elizabeth) investiga o genocídio armênio, e isso a faz acabar descobrindo que sua avó levou um segredo que lhe causava muita culpa para o túmulo.

Elizabeth Endicott, uma jovem enfermeira americana, filha de um banqueiro, se oferece para ir para a Armênia para distribuir alimentos e ajuda médica a refugiados do genocídio. A Grande Guerra tinha começado a se espalhar por toda a Europa.

Ela logo se torna amiga de um engenheiro Armênio impressionante. Apesar de jovem, ele já perdeu sua esposa e filha pequena para a brutalidade turca. É um homem de certa forma amargo, um homem marcado pela tragédia. Quando Armen deixa Alepo para se juntar ao exército britânico no Egito, ele e Elizabeth começam uma correspondência ousada, unindo seus mundos muito diferentes, com palavras de amor e esperança.

Nós sabemos que Armen e Elizabeth são avós de Laura a narradora do livro no tempo presente. Por isso sua separação não cria suspense verdadeiro - mesmo quando Armen encontra-se nos campos de extermínio notórios de Gallipoli. Mas Bohjalian nos move dentro e fora das perspectivas de uma galeria de personagens, alguns dos quais nos causam muita ansiedade por seus destinos. Entre eles estão dois soldados alemães que arriscam suas vidas para documentar atrocidades de seus aliados turcos. E me senti ainda mais tocada por um par de sobreviventes, a  quem Elizabeth consegue salvar, abrigando-as na embaixada norte-americana: uma jovem mulher chamada Nevart e a menina Hatoun de quem ela se tornou uma mãe substituta.

As lembranças de Nevart e Hatoun - que assistiu sua mãe e irmã morrer no deserto - são fortes e mexe com nossos sentimentos ao sentir o quão perto o autor chega aos locais e atos de matança em massa. Deserto de Ossos fala sobre o Holocausto, mas não o que teve lugar nos campos - é um romance que fala sobre o genocídio de uma forma mais suave do que muitos outros.


O autor soube mesclar muito bem os fatos reais aos verdadeiros, e nos deixa grandes ensinamentos de uma época ainda pouco falada, e que eu em particular não sabia de praticamente nada. São fatos tristes, trágicos de uma guerra movida em nome da religiosidade.

Em minha opinião, o autor poderia ter trabalhado um pouco melhor a parte de ida e volta do passado, pois em algumas passagens fiquei um pouco confusa, mas nada que atrapalhasse o entendimento da história como um todo. Também estranhei um pouco a escrita do autor no início e isto fez com que ele fosse meio lento, mas depois de alguns capítulos peguei o ritmo e a história fluiu bem.

A Companhia Editora Nacional tem muito capricho em suas publicações. A capa foi mantida igual a original, mas com pequenas e sutis mudanças. E é linda, tem tudo a ver com a história. A revisão, diagramação foram impecáveis. Um belo trabalho por parte da editora.

Uma história de amor intrincada por segredos e perigos, e com uma escrita bem diferente daquela a que estou acostumada. E como sempre falo com meus leitores e amigos, de vez em quando faz bem sairmos de nossa zona de conforto e nos aventurarmos em livros que a primeira vista não leríamos.

Uma frase que resume muito bem o que sentimos ao final da leitura...
"De qualquer modo, a resposta curta para aquela primeira pergunta - Como um milhão e meio de pessoas morrem sem que ninguém saiba? - é realmente muito simples. Você as mata no meio do nada.

Se aventure, leia e depois passe por aqui para me dizer se gostou.
Bjus doces.

Lia Christo:
Carioca da gema, romântica incurável, leitora compulsiva, perseguidora de sonhos, e louca pela vida!

14 comentários:

  1. Oi Lia, é o tipo de livro que gosto de ler, com fatos históricos e ficção reunidos. Sem falar que é ótimo ler sobre uma cultura diferente apesar de triste.
    Um abç,
    Boo Nina
    http://www.rascunhocomcafe.com/2015/06/reconstruindo-amelia-entre-historia.html

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    1. Oi Nina, tudo bem?
      Já que gosta deste tipo de enredo, acho que iria se agradar do livro.
      Bjus

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  2. Oi Lia.
    Achei bem interessante sua resenha e também não conhecia este livro. Anotei a dica.

    Bjos

    http://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com.br/

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    1. Obrigada Kênia.
      Um livro interessante, que vale a leitura.
      Bjus

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  3. Oi Lia
    Não conhecia esse livro, mas parece ser muito bom, com uma história forte e emocionante. Valeu pela dica
    Beijinhos
    Renata
    Escuta Essa

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    1. O livro é bom mesmo Renata, mesmo em se tratando de um tema tão triste.
      Bjus

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  4. Lia amore de titia! Confesso que se fosse pela capa, o livro não me chamaria a tenção. Mas, nada como ler a resenha dos amigos pra mudar essa visão. Amei a resenha, e me deixou curiosa, pois o livro parece ser muito emocionante. Gostei da dica e queimando a bandeira do preconceito! rsrs

    Ni
    Cia do Leitor
    Tem resenha nova no Cia! http://ciadoleitor.blogspot.com/2015/06/resenha-sobreviventes-de-james-phelan.html

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    1. Pois é Nizete, também sou dessas que se deixa levar pela capa... kkkk
      Mas, é uma boa leitura, se tiver oportunidade se aventure. Bjus

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  5. Oi lia, sua linda tudo bem?
    Você me deixou bem triste agora com essa história. Eu fico arrasada, porque toda hora descubro uma nova guerra, uma nova atrocidade do homem. Eu sinto vergonha de ser "humana" as vezes. Isso ultrapassa a maldade, eu nem sei que nome dar. E ao mesmo tempo eu choro, pois no meio dessa sujeira toda, encontramos um exceção, uma alma boa, como se fosse a esperança que Deus enviou. Nossa, fico toda arrepiada só de imaginar. Tenho certeza de que esse livro irá me destruir, sua resenha já mexeu muito comigo. Adorei a resenha!!!!! Já coloquei o livro na lista.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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    1. Oi Cila, o livro também mexeu muito comigo.
      É uma história triste sim, mas verdadeira, e a qual não devemos e nem podemos deixar que se repita.
      Bjus

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  6. Devo dizer que por mais que a história tenha sido chocante, trágica e estarrecedora, Chris escreve de maneira encantadora, ele arrebata já nas primeiras páginas, não consegui largar o livro, ele soube, de maneira harmoniosa, em meio a tanto caos, mortes e destruição, nos presentear com uma linda história de amor.

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    1. Isso mesmo Clarice, o livro consegue sobrepor a tudo isso e nos mostrar uma história de amor muito linda.
      Bjus

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